quarta-feira, 31 de outubro de 2007

O BERIMBAU


APRENDA A TOCAR
O BERIMBAU.


É talvez um dos instrumentos musicais mais primitivos de que se tem informação. Considerado instrumento de corda e encontrado em várias culturas do mundo, inclusive no Novo México (USA), Patagônia, África Central, África do Sul e Brasil. Em geral, o berimbau é constituído de um pedaço de madeira roliço (pau-pereira, aricanga, beriba) ou qualquer outra madeira flexível, tencionado por um fio de arame de aço bem esticado, que lhe dá a forma de um arco, contém um tipo de caixa de ressonância que, na verdade , é uma cabaça ou um coité cortado no fundo e raspado por dentro para ficar oco e com o som bem puro. É tocado a rápidas batidas de uma pequena vareta na corda de arame que vez por outra é presa pelo dobrão (moeda antiga de cobre ou uma pequena pedra de fundo de rio), acompanhada por um caxixi, que nada mais é que uma espécie de chocalho feito de vime e cheio de contas de lágrima (semente) ou conchas do mar bem pequenas, este caxixi é preso por uma alça ao dedo do tocador e faz um "fundo" de acompanhamento ao som da cabaça. No Brasil, o berimbau chegou pelas mãos dos escravos africanos que vieram para cá traficados para serviços pesados nos engenhos, isto por volta do ano de 1538, século XVI, portanto. O berimbau também é chamado por outros nomes como urucungo, puíta, quijenge, geguerê, quibundo, umbundo, dentre outros. Estes nomes são derivados de palavras vindas do dialeto Bantu, correspondente aos países de Angola, Moçambique, Congo, Zaire e outros, mas alguns desses nomes aqui no Brasil se destinaram a designar outros instrumentos. Por exemplo: a puíta é a nossa tradicional cuíca, feita de madeira e couro e com formato sextavado; o quijenge é o atabaque feito de madeira de lei e couro, de forma cilíndrica. O berimbau que conhecemos mais popularmente é o que normalmente é feito de madeira ou bambuí e que se compõe de sete partes distintas, ou seja: vêrga, cabaça, corda, caxixi, dobrão, baqueta e amarração da cabaça.

- O Berimbau de Barriga = É o berimbau comum que conhecemos. Porém, poucas pessoas sabem que ele também se chama berimbau de barriga por ser encostado ao abdomem da pessoa, ou seja na barriga do tocador.

- O Berimbau de Beiço ou de Boca = Também conhecido como "marimbau" ou "marimba", é um pequeno instrumento de metal arqueado em forma de diapasão sem cabo, que os escravos usavam preso aos dentes, com os quais faziam soar as pontas do metal. O formato de diapasão sem cabo é semelhante a u m grampo de cabelo, porém um pouco maior. A caixa de ressonância é a própria boca do tocador. Atualmente, o berimbau de boca não é mais usado, apesar de alguns mestres antigos, especialmente de Capoeira Angola ainda saberem tocá-lo. É uma peça raríssima, encontrada mais possivelmente em museus.

O Gunga, o Médio e o Violinha = A afinação dá o nome ao berimbau. É de acordo com a afinação da corda e o tamanho da cabaça que se chama o Gunga que tem o som mais grave e que faz a marcação do toque, tem uma cabaça maior e raramente executa uma virada durante a melodia; o Mé dio tem um som regulado entre o grave do Gunga e o agudo do Violinha, tem uma afinação mediana que permite ao tocador executar a melodia fazendo o solo da música. É permitido ao tocador de um médio a execução de algumas viradas e alguns toques de repi que. Porém, com moderação, para não abafar o Violinha e nem destoar do Gunga, pois o médio é que faz o apoio ao som do Gunga e a base do som do Violinha é ele que determina o toque que será feito para o jogo; o Violinha tem uma cabaça pequena e bem raspada por dentro para ficar bem fina, tem um som agudo e faz apenas o papel de executar as viradas e floreios dentro da melodia. Seu som é baseado ao som médio e do Gunga ao mesmo tempo, é o Violinha que "enfeita" a música da roda. Um bom capoeira é "obrigado"a saber tocar os três tipos de berimbau e executar suas viradas quando possível. É o tocador do médio que ordena o toque e dá a senha para a saída do jogo. Numa roda de capoeira quando o jogo é de Angola, usa-se o trio completo de berimbaus, juntamente com o atabaque e dois pandeiros. É ao pé do berimbau médio, que fica no centro do trio que o capoeira se benze e espera agachado a senha para começar, ou para sair do jogo.

NOTAS

DAN = Tudo Livre, bata a baqueta sem a pedra encostada no arame e nem a cabaça na barriga.
DIN = Livre com a pedra pressionado e sem a cabaça na barriga.
DANº = Sem a pedra encostada e com a cabaça na barriga.
+ = Um Chiado, balança a mão do caxixi
++ = Dois chiados, balança a mão do caxixi
&º = Bater no arame com a baqueta e logo depois por a pedra (matando o som com a pedra), com a cabaça na barriga.

ACORDES

Angola => ++ DAN DIN
São Bento Pequeno = ++ DIN DAN
São Bento Grande = > ++ DIN DAN DAN
Banguela => + DAN DIN
Banguela Dobrada => + DAN DIN DIN
São Bento Grande (Regional) => + DAN + DIN + DAN DAN DIN
Cavalaria => + DAN + DAN + DAN DIN DAN
Idalina => + DAN DAN DIN DAN DAN + DIN + DAN DAN DAN DIN DAN DIN DAN + DIN
Iuna Macho => DAN &º DAN &º DAN &º DAN &º DAN ++ DAN DANº DANº &º DAN
Iuna Fêmea => DAN DAN DAN DAN DAN & DAN & DAN ++ DANº DANº &º DAN
Amazonas => DAN ++ DAN DIN ++ DANº DAN DAN DIN ++ DANº DAN DAN DIN ++ DANº DANº ++ DAN DIN
São Bento Pequeno (Hino) => DAN DAN DAN DAN DAN DAN DAN DAN + DIN DIN DIN DIN DIN DIN DIN DAN DIN DAN + DAN +DAN +DAN DIN DAN DIN + DIN DIN DIN DIN + DIN DAN DIN DAN

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PATRIMÔNIO CULTURAL:

Patrimônio cultural é o conjunto de todos o bens, materiais ou imateriais, que, pelo seu valor próprio, devam ser considerados de interesse relevante para a permanência e a identidade da cultura de um povo.

O património é a nossa herança do passado, com que vivemos hoje, e que passamos às gerações vindouras.

Do património cultural fazem parte bens imóveis tais como castelos, igrejas, casas, praças, conjuntos urbanos, e ainda locais dotados de expressivo valor para a história, a arqueologia, a paleontologia e a ciência em geral. Nos bens móveis incluem-se, por exemplo, pinturas, esculturas e artesanato. Nos bens imateriais considera-se a literatura, a música, o folclore, a linguagem e os costumes.


MACULELÊ:

É o maculelê uma dança de origem Afro-indígena, pois foi trazida pelos negros da África para cá e aqui foi mesclada com alguma coisa da cultura dos índios que aqui já viviam. Os africanos diziam que esta dança era mais uma forma de luta contra os horrores da escravidão e do cativeiro. Enquanto os negros dançavam com os cepos de cana no meio do canavial, cantavam músicas que evidenciavam o ódio. Porém, eles as cantavam nos dialetos que trouxeram da África para que os feitores não entendessem o sentido das palavras. Assim como a "brincadeira de Angola" camuflou a periculosidade dos movimentos da capoeira, a dança do maculelê também era uma maneira de esconder os perigos das porretadas desta dança. Aos golpes e investidas dos feitores contra os negros, estes se defendiam com largas cruzadas de pernas e fortes porretadas que atingiam principalmente a cabeça ou as pernas dos feitores de acordo com o abaixar e levantar do negro com os porretes em punho. Além desta defesa, os negros pulavam de um lado pro outro dificultando o assédio do feitor. Para as lutas travadas durante o dia, os negros treinavam durante a noite nos terreiros das senzalas com paus em chama que retiravam das fogueiras, trazendo ainda mais perigo para o agressor. O maculelê pode ser feito com porretes de pau, facões ou facas, mas, alguns grupos praticam o maculelê com tochas de fogo ou "tições" retirados na hora de uma fogueira que também fica no meio da roda junto com os dançarinos. O maculelê é portanto, um bailado guerreiro que foi desenvolvido por homens negros, compreendendo dançadores e cantadores, todos comandados por um mestre, denominado “macota”. Os participantes usam um bastão de madeira com cerca de 60 cm de comprimento, exceto o macota, que tem um mais longo. Os bastões são batidos uns nos outros, em ritmo forte e compassado. Estas pancadas presidem toda a dança, funcionando como marcadoras do pulso musical.

PERCA 500 CALORIAS EM UMA AULA DE CAPOEIRA

Tipicamente brasileira, esta técnica é capaz de modelar o seu corpo!

Ao som do berimbau, a capoeira faz o praticante perder 500 calorias em uma hora de aula. Se interessou? De acordo com os mestres da capoeira, a perda de calorias vai depender da intensidade que o praticante der aos movimentos. Dentre os exercícios estão a musculação e o alongamento, que ajudam a melhorar a flexibilidade do praticante. De acordo com o Mestre Boneco, esta arte/luta trabalha proporcionalmente toda a musculatura do corpo.

Entre os benefícios da prática da capoeira, estão: a diminuição da tensão, velocidade corporal, força muscular equilíbrio, ritmo, coordenação, lateralidade e modelar a musculatura do abdômen. Um aluno que pratica capoeira por três vezes na semana desenvolve uma melhora no sistema cardiorrespiratório.

Outro ponto importante da capoeira é a melhora da capacidade de resistência cardiovascular. A atividade pode interferir até mesmo no lado emocional da pessoa, tornando-a mais alegre e disposta para o dia-a-dia, e ainda tornar a musculatura do praticante mais alongada.

Se comparada a outros esportes como basquete e futebol e a exercícios aeróbicos, ela exige do praticante quase os mesmos recursos como agilidade, flexibilidade, força, ritmo, equilíbrio, velocidade, coordenação, resistência e outros.

Outro ponto da capoeira é benéfico para pessoas de todas as idades. Ela ajuda seu praticante a liberar a agressividade, ainda que não estimule a violência, ajudando-o a desenvolver o autocontrole e a criatividade.

Em junho será realizado, no Rio de Janeiro, o Fórum Internacional de Capoeira 2011. Organizado pelo capoeirista Beto Simas, mais conhecido como Mestre Boneco, alunos, professores e Mestres de diversos grupos de capoeira e de vários países, além de historiadores e autoridades esportivas, discutirão a evolução e uma possível inclusão da capoeira como esporte olímpico.

http://suadieta.uol.com.br